Prefeito Carlinhos Turatto lidera mobilização regional para salvar biodiversidade e comunidades atingidas pela proliferação da planta aquática

Superfície do Rio Jaracatiá coberta pelas "marrequinhas", sob a ponte que separa Nova Prata do Iguaçu de Boa Esperança do Iguaçu (Foto de João Carlos Lindner)
O que começou como um incômodo visual tornou-se um desafio ambiental de grandes proporções. As plantas aquáticas conhecidas como “marrequinhas” (Salvinia spp.) proliferaram rapidamente no Rio Jaracatiá, no Lago Salto Caxias e em trechos do Rio Iguaçu, afetando o equilíbrio ecológico, a pesca artesanal, a navegação e até o abastecimento de comunidades ribeirinhas.
Estima-se que atualmente entre 240 e 250 hectares de lâmina d’água estejam cobertos pela vegetação, bloqueando a passagem de luz solar, comprometendo o oxigênio da água e colocando em risco peixes, aves e demais organismos aquáticos. O acúmulo de nutrientes, oriundos principalmente de lavouras e dejetos, favorece ainda mais a expansão da planta, tornando o problema complexo e exigindo soluções que vão além da simples remoção.
Mobilização regional
A crise ambiental mobilizou diretamente os municípios de Boa Esperança do Iguaçu, Nova Prata do Iguaçu, Dois Vizinhos, Salto do Lontra e Enéas Marques, além de órgãos estaduais, universidades e a sociedade civil. Técnicos da UTFPR – Campus Dois Vizinhos, Instituto Água e Terra (IAT), IDR, SEAB, Copel e outras instituições já vêm estudando o fenômeno e propondo alternativas.
À frente das articulações está o Consórcio Procaxias, presidido pelo prefeito de Dois Vizinhos, Carlinhos Turatto, que também responde pela presidência da Associação dos Municípios do Sudoeste do Paraná (AMSOP). Sob sua liderança, uma força-tarefa foi criada para elaborar o projeto técnico-estrutural que vai orientar as ações de remoção e contenção das plantas, estimar custos e definir responsabilidades.
Decisões já tomadas
Entre os encaminhamentos, destacam-se:
- O IAT Paraná vai emitir licença ambiental para a retirada das plantas.
- Estudos técnicos já estão em andamento com UTFPR, IAT, IDR e SEAB para mapear impactos e identificar pontos de escoamento de nutrientes.
- Estão sendo definidos equipamentos e maquinários para a remoção, bem como a destinação adequada do material retirado.
- O Procaxias elabora projeto detalhado de curto, médio e longo prazo para guiar a recuperação do rio.
A palavra do prefeito
O prefeito Carlinhos Turatto tem reforçado a gravidade da situação e a urgência em unir forças para salvar o Rio Jaracatiá: “Se não tomarmos uma atitude urgente, estaremos comprometendo a pesca, o turismo e a vida de muitas comunidades ribeirinhas. A marrequinha tomou conta e precisamos do apoio de todos para enfrentar esse desafio. Como presidente do Procaxias e da AMSOP, estou trabalhando para articular os municípios, garantir licenças ambientais, buscar recursos técnicos e financeiros e mobilizar o Estado. Nosso compromisso é agir com rapidez e responsabilidade para resolver esse problema de uma vez por todas.”
Desafios pela frente
Apesar dos avanços, ainda é preciso garantir recursos financeiros, superar trâmites burocráticos para liberação de licenças e manter a coordenação entre municípios. Outro desafio é monitorar continuamente as fontes de nutrientes, para que, mesmo após a remoção das plantas, o problema não volte a se repetir.
Um chamado coletivo
Mais do que um problema ambiental, o avanço das “marrequinhas” ameaça o turismo, a pesca artesanal, a saúde pública e a qualidade de vida de centenas de famílias que dependem do Rio Jaracatiá. A solução, como defendem as lideranças, passa por cooperação, rapidez e responsabilidade compartilhada.
Se os compromissos firmados forem cumpridos, a região poderá testemunhar nos próximos meses a recuperação gradual das águas, da fauna e do uso sustentável dos rios que fazem parte da identidade do Sudoeste do Paraná.